quarta-feira, agosto 17, 2011

Incêndio na Acácia destrói equipamentos e recicláveis



Quarta, 17 de Agosto de 2011 às 03h00 ( Atualizado em 17/08/2011 às 07h10 )Por Gustavo Ballestero

Fogo consumiu uma esteira, braço mecânico e parte do material coletado

Um incêndio de grandes proporções atingiu a sede da Cooperativa Acácia, no Parque São Paulo, Zona Leste da cidade, na manhã de ontem e destruiu uma esteira, um braço mecânico e parte do material reciclável estocado. Apesar das grandes labaredas, ninguém ficou ferido. As causas do incêndio serão investigadas.

De acordo com os funcionários que trabalhavam no local no momento do acidente, o fogo começou por volta das 9h30, quando a pá carregadeira juntava o material reciclado. Inicialmente, como se via apenas uma fumaça saindo do monte de material, os cooperados acharam que era poeira de algum resíduo. Mas, em alguns minutos, as primeiras labaredas se formaram e eles se retiraram do local, arrastando alguns sacos com material inflamável. 

Para conter as chamas, o Corpo de Bombeiros deslocou dois caminhões autobomba e a viatura do resgate, que atuaram junto com caminhões-pipa do Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae) e da Usina Santa Cruz. Por volta das 11 horas, o fogo foi controlado. O trabalho de retirada de resíduos, no entanto, durou até por volta 18 horas.
Danos
Para a presidente da Acácia, Helena Francisco da Silva, o maior prejuízo foi emocional. "Foi um susto muito grande ver as enormes labaredas."
O volume de recicláveis queimados ainda não foi estimado pela Cooperativa, mas, segundo Helena, foram tirados oito caminhões basculantes com material queimado do local.

Entre as peças danificadas pelo fogo estava o braço mecânico que carrega o material até a esteira, chamado moto-cana. Este equipamento, no entanto, estava quebrado desde o dia 16 de julho. Desde então, uma pá carregadeira fazia esse trabalho. 

Ela conta que a licitação para o conserto estava em andamento. "Eles me falaram que ficava cerca de R$ 8 mil para consertar a moto-cana. Agora queimou a esteira também. Vai ficar mais caro." Um braço mecânico novo custa, pelo menos, R$ 90 mil, segundo Helena.

O outro equipamento queimado foi uma esteira de borracha usada para transportar as bolsas vindas da rua com os resíduos até o local onde é feito o processo de separação de papel, plástico, metal e vidro. A peça era a única destinada a esta função — as outras duas esteiras da Cooperativa são usadas na segunda etapa do processo, já na separação do material. "O trabalho da esteira que queimou será feito pelos funcionários, até que seja providenciada uma nova. Vamos trabalhar até a exaustão para não acumular material." A presidente da Acácia não sabe estimar o valor de uma esteira nova. 

O trabalho de coleta seletiva, no entanto, não deve parar, mas todo o procedimento posterior deverá ser reorganizado por conta do acidente.
Local tinha caminhão-pipa, mas equipamento não foi usado
A presidente da Cooperativa Acácia, Helena Francisco, lamenta o prejuízo do incêndio de ontem, mas diz que ele poderia ter sido contido se o caminhão-pipa do Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae), que fica no local, estivesse funcionando. Segundo Helena, há mais de um mês ele está quebrado e não teve condições de realizar o primeiro combate ao incêndio.

O superintendente do Daae, Guilherme Ferreira Soares, esteve no local e disse, depois de consultar o gerente de operações da autarquia, Agamenon Brunetti Junior, que o caminhão-pipa está em perfeita condições de funcionamento. "Mas, no momento em que começou o incêndio, ele estava recarregando, pois havia acabado de jogar água na estrada de terra para baixar a poeira."

Segundo o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB), quando a atual área foi construída, não foi verificada a necessidade de se construir hidrantes ou treinar equipes de combate a incêndio. Mas, hoje, com o crescimento da cooperativa e da demanda de serviços, essa realidade é bem diferente.

Barbieri lembrou a doação de uma área de cerca de quatro mil metros quadrados para a Acácia, bem atrás do atual campo de operações. A cooperativa está em fase de negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para construir a nova sede.
Tempo seco ajudou a alastrar as chamas
A baixa umidade do ar na cidade ajudou a alastrar o fogo no incêndio da Cooperativa Acácia, ontem. 

Segundo o coordenador da Defesa Civil de Araraquara, Edson Alves, vários fatores podem ter provocado o incêndio — uma ponta de cigarro ou alguma fagulha de esmerilhadeira, por exemplo. Entretanto, o que mais colaborou para seu rápido alastramento foi o tempo seco e o vento forte. No momento do acidente, os instrumentos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) indicavam umidade relativa do ar em 49% e velocidade do vento de 3,6 metros por segundo. 

A Defesa Civil vai elaborar um laudo sobre as causas do incêndio e os danos totais do problema.

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