sexta-feira, julho 29, 2011

Há uma matéria anunciando o seguinte: Depois de passar por processos de licitação pública, o sistema deve ser implementado em breve em três cidades paulistas: Tietê, Leme e Araraquara. Caberia incluí-las na lista que elaborastes ????


Lixo tratado com micro-ondas vira energia


São PAULO – Empresa brasileira cria sistema que aproveita o lixo para gerar material alternativo à combustão do carvão.O método trata resíduos urbanos, hospitalares e industriais para obtenção de energia e combustível por meio da aplicação de micro-ondas, evitando que o material se acumule em aterros.A Propower Energy, que desenvolve tecnologias associadas à geração de energia elétrica e produção de combustíveis, iniciou o projeto em 2004 em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina.“O método utiliza as micro-ondas para desidratar e desinfetar os resíduos urbanos”, explica Luciano Prozillo, fundador da Propower. “Ele mata as bactérias e o material passa a ficar em um bom nível de combustível para uma unidade termogeradora. Com o sistema, uma cidade de 100 mil habitantes gera um megawat/hora, uma energia capaz de atender 5 mil residências por hora”, diz.Como o processo de aproveitamento utiliza somente resíduos orgânicos, é necessário separar o lixo antes de desidratá-lo. Na chamada “Unidade de Tratamento de Resíduos Urbanos”, feita de aço inox, o sistema de processamento começa em uma esteira de triagem, onde são separados os metais e vidros do restante do lixo.Nessa etapa, os produtos reciclados são retirados e podem ser encaminhados a centros de tratamento. Depois da esteira, todo o material é triturado e levado ao “Reator de Micro-ondas”, onde é aquecido a uma temperatura controlada. “A ação das micro-ondas gera a evaporação da água, que leva embora 20 elementos químicos voláteis”, explica Prozillo.Essa água retirada é filtrada antes de ser devolvida à natureza ou reaproveitada. Os resíduos, já secos, são transferidos para uma Unidade Termogeradora, que produzirá energia elétrica pela combustão direta do material – para evitar as emissões causadas pela queima, um filtro é instalado na saída.O balanço energético é positivo, pois o sistema consome internamente 15% do conteúdo energético. Além da transformação em energia, outro processo incluindo é o Craqueamento do plástico, que gera combustível. Apesar de não se tratar de biodiesel, o reaproveitamento de hidrocarbonetos contidos no material original é menos agressivo por não conter enxofre. O índice de conversão vai de 75% a 98%, dependendo do material utilizado.“O lixo urbano é sempre uma média”, explica Prozillo. “Existem variações regionais, mas o material orgânico e resíduo alimentar são 50%, 60%; outros 20% são materiais recicláveis e o restante são não recicláveis”, diz.O custo de instalação para uma unidade padrão que atenda 100 mil habitantes gira em torno de 10 a 15 milhões de reais, incluindo o craqueamento do plástico. “Em seis ou sete anos, o equipamento, que dura 20, se paga”, diz Prozillo.Depois de passar por processos de licitação pública, o sistema deve ser implementado em breve em três cidades paulistas: Tietê, Leme e Araraquara.
Criação brasileira, sistema usa micro-ondas para desitratar e desinfetar lixo

quinta-feira, julho 28, 2011

Daae está estudando revisão do contrato com a Acácia Departamento Jurídico da autarquia avalia duas soluções para atender às necessidades da cooperativa

A superintendência do Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae) está estudando duas alternativas para a revisão do contrato de trabalho com a Cooperativa Acácia, responsável pela coleta de lixo reciclável na cidade.
Matéria publicada ontem pela Tribuna Impressa mostrou que o valor pago pelo serviço é o mesmo desde 2008, apesar de o grupo ter praticamente dobrado o número de cooperados para atender à demanda da coleta na cidade. 
A mudança no contrato foi solicitada pela presidente da Acácia, Helena Francisco da Silva e recebeu parecer positivo do superintendente da autarquia, Guilherme Soares. "Nós estamos dispostos a rever o contrato. O Departamento Jurídico já está analisando, mas precisa ser bem estudado por se tratar de cooperativa, que tem leis específicas", declara.
Como existe um contrato vigente, os advogados do Daae avaliam duas possibilidades: renová-lo com alterações ou rescindi-lo para fazer um novo contrato com as mudanças necessárias. Neste último caso, também é preciso verificar juridicamente a necessidade de uma nova licitação. 
Soares reforça que não há intenção de romper com a Acácia. "A ideia é continuar a parceria. Está indo bem. Araraquara é referência em coleta de lixo reciclável, pois atendemos a cidade toda, enquanto na maioria dos outros municípios este serviço ainda é limitado a alguns bairros", confirma o superintendente.
Guilherme Soares reconhece a necessidade de melhorar a produtividade da cooperativa, como pediu Helena na reportagem da Tribuna Impressa, para que a cidade possa aumentar o percentual de lixo reciclável separado em relação ao total de lixo enviado para o aterro de Guatapará. Hoje, a coleta de recicláveis corresponde a 7% do lixo produzido na cidade.
Essa era a intenção do prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) ao propor a isenção da cobrança da taxa do lixo àqueles que separam 100% do lixo reciclável. Entretanto, de acordo com o superintendente do Daae, não é viável aumentar a quantidade de lixo reciclável se a Acácia opera em sua capacidade máxima e não dá conta de separar tudo o que é coletado hoje. "O prefeito tentou alavancar a coleta tirando a taxa, mas a adesão não foi grande. Mas não daria para aumentar a coleta se existe um gargalo, que é a capacidade de processamento da Acácia", explica.
Investimentos
Além dos R$ 86 mil repassados mensalmente para a cooperativa, o Daae, segundo Soares, também mantém três caminhões alugados e com motoristas à disposição da Acácia, paga 24% deste valor a título de INSS aos cooperados e investiu R$ 94 mil entre 2010 e 2011 com manutenção de equipamentos usados pela cooperativa.
Por tudo isso, o superintendente explica, sem apresentar os valores exatos, que as despesas com a Acácia são até quatro vezes maiores que o montante pago à empresa Leão Ambiental, responsável pela coleta do lixo orgânico e transbordo para o aterro de Guatapará. Mas é um grande equívoco analisar friamente os valores, em função dos ganhos sociais e ambientais envolvidos no processo. "Seria mais barato mandar todo o lixo para Guatapará, mas e os passivos ambientais e sociais? Ali trabalham quase 200 famílias que agora têm alguma dignidade, que não estão mais morando em cima do lixo, como há alguns anos. E na questão ambiental, estaríamos indo contra um movimento mundial de preservação do meio ambiente", pondera.

Segundo vereador, Prefeitura admite desequilíbio
De acordo com o vereador João Farias (PRB), responssável por intermediar o diálogo da Cooperativa Acácia com o Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae) e a Prefeitura de Araraquara, o poder público concordou com o pedido de revisão contratual feito pela cooperativa porque admite que há desequilíbrio econômico no modelo em vigor, com prejuízos para a Acácia. "Haverá rescisão deste contrato e no novo acordo serão incluídas cláusulas mais satisfatórias para a Acácia, mas os valores ainda não estão fechados", diz o vereador. "A Prefeitura e o Daae estão dispostos a melhorar a qualidade de trabalho da cooperativa", completa.
Há cerca de dois meses, ele foi procurado pela presidente da Acácia, Helena Francisco para colocá-la em contato com o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) e com o superintendente do Daae, Guilherme Soares. Desde então, segundo Farias, já foram realizadas seis reuniões entre as partes.
(Raphael Pena com colaboração de Fernanda Miranda)

Cooperativa Acácia quer revisão de contrato com o Daae Intenção é melhorar a produtividade e vincular o valor recebido do poder público ao peso do lixo coletado

A cooperativa Acácia, responsável pela coleta e separação de dez toneladas de lixo reciclável por dia em Araraquara, quer rever algumas cláusulas do contrato com o Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Araraquara (Daae) com o objetivo de melhorar a produtividade e corrigir a defasagem no valor pago aos cooperados.O contrato anual vence em 21 de agosto, véspera do aniversário da cidade, e, até ontem, apesar da iniciativa da cooperativa em negociar, o Daae não havia se posicionado sobre a possibilidade de mudanças. "Não há diálogo. Nos falamos por ofícios", diz Helena Francisco da Silva, presidente da Acácia.Pelo acordo vigente, a cooperativa tem duas fontes de receita: uma é o repasse mensal fixo do Daae, reajustado anualmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) no valor de R$ 86 mil, e a outra é referente ao valor arrecadado com a venda de recicláveis, que gira em torno de R$ 37,5 mil, atualmente, e dos quais 20% retornam à autarquia. Desta forma, o primeiro recurso representa quase 75% da receita da cooperativa.Uma das reivindicações da Acácia é que o repasse do Daae seja vinculado ao número de cooperados e ao volume processado pela cooperativa. "Nada mais justo. Eles (a Prefeitura) não pagam por peso à Leão Ambiental pelo lixo que vai para o aterro de Guatapará?", questiona Helena.Atualmente, caso o volume de lixo reciclável coletado e o número de trabalhadores da Acácia aumentem, cada cooperado receberá menos, já que o valor de revenda do material separado está nos mesmos níveis de 2007 e o repasse do Daae é fixo. "Em 2008, o contrato garantia R$ 600 por cooperado. Hoje, paga R$ 430", explica a presidente da Acácia. "Somando com a venda, cada cooperado está recebendo hoje em dia cerca de R$ 530", completa.Outro pedido de revisão contratual diz respeito aos 20% pagos ao Daae sobre a venda dos produtos recicláveis. A cooperativa quer que esse valor retorne em melhorias para o local de trabalho (infraestrutura, equipamentos) ou que o Daae abra mão do percentual. "Afinal de contas, eles não abriram mão do dinheiro da taxa do lixo para quem se comprometer a reciclar?", pergunta Helena.Por meio de sua assessoria de imprensa, o Daae informa que responderá aos questionamentos da reportagem hoje.
Grupo recebeu recursos da Funasa para contornar problemas com produtividade
A Cooperativa Acácia está trabalhando há mais de um ano em sua capacidade máxima, como já havia mostrado uma matéria publicada na Tribuna Impressa em julho de 2010. Materiais coletados pela cidade espalham-se por todos os lugares, inclusive nas ruas de acesso dentro do espaço usado pela Acácia no aterro sanitário. "Em um ano, nada melhorou. Não estamos dando conta", relata a presidente Helena Francisco.
Para contornar parte da dificuldade em melhorar a produtividade, a cooperativa buscou uma solução por iniciativa própria — conseguiu R$ 198 mil a fundo perdido com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) destinados à aquisição de um veículo para coletar óleo, uma picotadeira de papel mais potente, uma prensa autoalimentável e uma empilhadeira.
Helena explica como a utilização deste maquinário irá ajudar. "O óleo, quando se mistura com outros materiais como papelão, deprecia o valor de venda. Com o veículo próprio perderemos menos. No caso da prensa, ela faz o trabalho de quatro das prensas que temos atualmente, o que vai agilizar o trabalho. E, com a empilhadeira, poderemos armazenar parte do material que hoje fica exposto ao tempo, evitando prejuízos também, como no caso dos jornais, que perdem o valor por ficarem no sol e na chuva."
Orientação
Ela ressalta que para conseguir coletar e separar mais material sem precisar de mais cooperados, o grupo também precisa de orientações técnicas. "Queremos aprender como produzir mais", pede. "Se o volume coletado aumentar como quer a Prefeitura, não conseguiremos separar e processar tudo. Precisamos urgente de melhoria nesta área", diz.